A História [Sexual] do Meu Corpo - Leonina

Prazer,
meu corpo é magro, sou baixinha, 1,64, cintura fina, seios do tamanho certo, cabelos curtos cacheados, me depilo, sou cheirosa, gosto de marca de biquini...
Uma delícia. Uma pequena delícia, eu diria.

Mas a constituição da minha identidade sexual, o que na verdade dá no mesmo em dizer: a constituição da minha personalidade, foi meio difícil.

Logo naquele período em que o olhar dos pares é muito importante, onde o reconhecimento do outro é estruturador, eu tive dificuldade. Sempre fui pequenininha, magrinha. E era menosprezada por isso, porque os meus pares - as "amigas" - eram todas mulherões, corpões, etc. Eu vivia num ambiente hostil, suburbano, onde isso era o que importava: ser gostosa e chamar a atenção dos machos. Cheguei a ouvir: "Quem vai querer ficar com ela?". Hoje eu sei que isso é um discusso vago e muito defensivo - por parte da pessoa que falou.
Então, como a vida vive nos levando para onde não esperamos, me afastei desses pares. E tudo mudou. Mas já era tarde, as cicatrizes haviam ficado e uma longa parte do meu caminho foi traçada para superar essa degradação que passei. Me subestimaram.

O meio que encontrei de superar foi a Auto-Afirmação e fui 100% bem sucedida. Entrei em uma busca aficcionada pela beleza - dos homens. Fiquei com os que queria! Tive minha primeira relação sexual com um deles. Um dos homens mais lindos do meu convívio, naquela época. Ele me desejava, tinha tudo o que eu achava bonito, me respeitava... Mas a busca pela beleza era uma cilada e eu caí na minha própria armadilha. Fiquei DOIS ANOS E MEIO preza à ele, à beleza dele, chegando mesmo a me sentir fútil por isso. Ele era simplesmente e apenas: LINDO. E eu deixei de viver muitas outras coisas por causa da beleza. Mas a beleza pela beleza, uma espécie de parnasianismo corpóreo, se esgotou, já não era suficiente. Rompi.

Até que veio a beleza mais a ideologia. Um homem que também fez parte da adolescência, uma referência de beleza, sexualidade e liberdade. Também o tive: foi a minha "primeira vez" na verdade. Primeira vez de tudo, aventura, falta de pudor, perigo, sacanagem. A ideologia era o sexo pelo sexo. Sem compromisso, sem cobranças, sem promessas. Mas foi tudo muito rápido e intenso, volátil. Esgotou. Foi um dos melhores sexos da minha vida, ele tem um pênis lindo, ele é uma delícia! Mais uma etapa bem sucedida. Eu posso. Horizontes mais uma vez ampliados.

Até que como por encanto - ou desencanto - eu me desfaço da busca pela beleza. Como se eu já tivesse me provado demais, me auto afirmado demais. Agora eu queria apenas a ideologia. Também a tive, sem nem mesmo esperar, com o Homem que queria. Aí fudeu tudo! Porque havia o melhor sexo, eu me sujeitando a qualquer coisa que ele quisesse e ele respeitando todos os meus espaços. Na verdade, porque havia afinidade. O sexo era bom para os dois. Fazíamos sexo inclusive apenas conversando - e ele adorava essa parte!

O que eu quero dizer com tudo isso é que hoje, um homem por ser bonito, não me leva pra cama, pro carro, pro fogão pra estante... Enfim. Sexo com homens bonitos, apenas, eu já fiz muito, muito mais do que aí está descrito. Não sou hipócrita em dizer que não procuro um homem bonito, claro que procuro. Mas ele se encaixar em qualquer dos meus referenciais (olhos pequenos, perna grossa, gordinho, barriga tanquinho, tatuagens, piercings, dreads, cabelos longos, curtos... seja lá qual for a beleza) não é mais suficiente para que eu faça sexo. Esta é a minha identidade sexual.

Se você se encaixa, ótimo! Bem vindo. Me manda um emeio que a gente conversa.

1 Outras Volúpias:

LaBelle disse...

Ui Ui Ui!
Muito bom! é só isso que tenho a dizer e nada define melhor o texto! bom! muito bom!

e se liga, qualquer dia, teu e-mail vai ter cheia de mensagens... :P

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